quarta-feira, 30 de março de 2011
Carinhosinceramente.
terça-feira, 29 de março de 2011
Pedaços

Um pedaço de mim é derrotado e quer desistir
Um pedaço de mim sofre com a dor dos outros,
Entre o que eu sou e o que eu gostaria de ser, entre o que tenho e aquilo que gostaria de ter,
Nesse turbilhão, acordo todos os dias
Hoje eu junto o ser e o querer, o que fui e o que desejo ser, para cumprimentar a vida,
domingo, 27 de março de 2011
Pois é...
sexta-feira, 25 de março de 2011
Passageiro.
sábado, 19 de março de 2011
Por não estarem distraídos
Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.
terça-feira, 15 de março de 2011
Detalhes
domingo, 13 de março de 2011
Todo Carnaval tem seu fim
Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Eu queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas. E eu pensava que amar era só conseguir ver, e desamar era não mais conseguir ver, entende?
Mas eu me enganei. Amar é entrega e eu demorei a me entregar - e não me entreguei totalmente. Não permiti que você fosse o garoto da minha vida - ainda bem... Custei a falar o que sentia sem medo que você me fizesse sofrer. E quando falei... Pois é, mas ainda bem que você não foi o garoto da minha vida.
Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, sabe? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu.
Aí eu penso: se você tivesse ficado, teria sido diferente? E penso de novo que foi melhor mesmo interromper o processo em meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais, por que ir em frente, né? Já dizia o ditado: quanto maior o patamar, maior é o tombo. É melhor escapar deixando uma pequena e forte lembrança qualquer, presentes, uma fotografia — qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido.
Tudo terminado, então. Porque a gente, alguma coisa dentro da gente, sempre sabe exatamente quando termina. Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim.
sábado, 12 de março de 2011
Alô?
sexta-feira, 11 de março de 2011
Propaganda
Eu olho tanto meu celular que já decorei de quanto em quanto são cinco minutos. Eu tenho vontade de jogar meu celular na piscina da vizinha. E me libertar da vontade de ouvir sua voz todos os dias, na mesma hora. Se você não ligar, nunca mais, eu vou ficar triste, igual fiquei semana passada porque não ligou. Igual eu vivo ficando chateada e vive passando. Eu tenho prostituído demais a minha espera - mesmo ela sendo pouca. E as coisas parecem perder a importância toda hora. O problema é que, para perder a importância toda hora, toda hora vivem ganhando importância, e eu já estou ficando cansada. Ah, se você me ligasse, a gente poderia ver aquele filme do Cisne que eu tô louca pra ver e, se no filme tivesse cena de sexo, eu iria morrer de vergonha. Depois você poderia me fazer alguns elogios, afinal eu passei o dia inteiro com a cabeça doendo da escova que fiz, esperando a sua ligação. Meus olhos continuam ardendo com a química, mas eu agüento a dor, eu agüento esperar. Aliás, eu ajeitei meu cabelo e minhas unhas porque você sempre elogiava.
O seu beijo poderia ser daqueles calmos e profundos e a gente poderia combinar tão obviamente quanto é óbvio o silêncio do meu celular. A gente poderia acabar de se beijar e cair na risada, uma risada tão ensurdecedora quanto o silêncio do meu celular. Seu jeito de fazer carinho poderia ser único e prazeroso. Ai depois você falaria suavemente no meu ouvido que me ama e que eu sou especial pra você. Me liga, me dá uma chance de ser extremamente sensual apesar das minhas pernas tortas e da minha ligeira gagueira. De ser extremamente sensível apesar de todas as ironias que eu te falo pra você não achar que pode me ganhar. Eu aprendo a gostar mais de futebol, de luta e até vejo PFC com você. Não, esquece, tô fora de PFC e quer saber de uma coisa? Vou continuar vendo BBB. É como você mesmo disse: isso é muito banal. Mas eu tenho tempo pra você, liga vai?
Olha eu me vendendo. Não sei porque faço isso, as coisas não são tão simples, você tem idéias contrárias às minhas. Mas mesmo assim, compre meu coração de novo. Recuse minha incapacidade de me achar amada e me ame. Se você me ligasse a gente poderia ter uma conversa séria a respeito da solidão e do tédio do mundo e que você possivelmente está vivendo e resolver ser feliz pra sempre. A gente poderia resolver isso e depois resolver que o mundo tem suas limitações e depois resolver que não tem limitação coisa nenhuma. A gente poderia mudar de opinião juntos e tornar a vida menos solitária e tediosa. A gente poderia fazer coisas diferentes, fazer planos novos, criar novas coletâneas musicais.Olha, é simples, são oito números que você já decorou e uma única chance de conhecer de novo uma mulher super bacana. Que, sim, tem chulé às vezes, tem bafo às vezes, tem ataques de histeria, ciúme e infantilidade às vezes. Que é engenhosa, estressada, que fala demais, mandona e cabeça dura às vezes. Tá bom, é mais do que às vezes, mas se você me ocupar com bom papo e carinho, eu juro que esqueço um pouco meu lado que não sabe se relacionar. Não é propaganda enganosa, eu garanto.
Eu não deveria estar falando tudo isso. Você tá sendo idiota, tá sofrendo também. Sofrendo a toa, por um motivo que daqui a pouco passa mas que você insiste em falar que eu deveria ter aparecido daqui há um tempo. Para com isso, vai? Você chorou, você tá sentindo o mesmo que eu. Eu nem deveria tá falando tudo isso... Você não cumpriu sua promessa de não me magoar e está me magoando...
Peraí, tá tocando aqui. Tem que ser você, tem que ser você... Será que você vai dizer tudo o que preciso ouvir?