segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Novo Outono

Se conheceram no inverno de 2007, mas fazia sol naquele dia. Talvez ele tenha ajudado pra que tudo acontecesse. Ela, simpática e alegre. Ele, carinhoso e simpático. O que havia de comum entre eles permitiu uma conversa que duraria muito tempo. Conversam sobre o clima, a vida, os aprendizados, as alegrias - muitas delas vividas em comum -, as vontades ocultas. Tão ocultas que o céu era chuvoso quando tudo aconteceu. Não foi por acaso. As conversas mudaram de rumo. As vontades aumentaram, a necessidade se multiplicou e as conversas inocentes de antes se tornaram cada vez mais escassas. Não foi por acaso. Tudo confundia, tudo era motivo para pequenas faíscas. Os assuntos cotidianos deram lugar à assuntos pesados, debates longos e que machucavam. E o que se referia somente a eles, começou a preencher o cotidiano de ambos. Pensamentos, confusões, faíscas, ações, cartas. No final daquela chuva, a terra ficou molhada e custou a secar. O tempo não lhes era favorável. O sol não brilhava como naquele inverno e foi ofuscado por um tempo. Ela, triste e insegura. Ele, às vezes sentido, por vezes normal. O tempo não lhes era favorável. O tempo custou a passar, as lembranças eram constantes. Parecia que nessa terra jamais nasceria novas flores. Porém, em um suspiro determinante, um raio saiu daquele céu enevoado. O vento fez seu papel e ela soube sorrir como há muito não fazia. Observando aquele vento soprando e secando a terra, tudo estava ficando bem. Aquilo que a chuva molhou pode voltar a dar flores, flores vermelhas. Não eram as cores daquele velho inverno. Eram as cores do novo outono, que traziam uma nova esperança. A vida poderia seguir. E estava. Ela, sorria e respirava. Ele,... Virou uma incógnita. 

Um comentário:

  1. Eu falei sobre isso ontem com uma amiga minha que mora na Gávea! hahahaha
    Incrível e muito bem colocado, irmã!

    Aliás, o que você estava fazendo em plena véspera de feriado no Mercadão? HAHAHAHA

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