domingo, 9 de janeiro de 2011

Escrever

Outro dia me peguei pensando no que me levou a escrever recentemente. Nunca fui boa em me expressar por palavras, mas sempre que foi preciso consegui dar voz à elas. A conclusão que cheguei foi que todas pessoas só escrevem porque têm problemas, principalmente amorosos e suas desilusões. Quando se ama e não se corresponde, a imaginação fica aflorada e os poemas e estórias tomam forma e atingem - na maioria das vezes - o foco direcionado. Que ruim, penso eu. Porque não escrever sobre a alegria de um amor? As tentativas são frustradas: o momento passado nas palavras não é sentido pelo leitor, é algo muito pessoal e particular.
Havendo sofrimento, incrivelmente, a pessoa sente junto, sofre junto, entende junto.
O amor sempre é fruto de inspiração. Mas o amor sofrido, o mal resolvido. Quando você conquista o amor, as metáforas e frases feitas somem porque não fazem mais sentido; as músicas depressivas são caladas e quando são ouvidas remetem à uma história passada ou a uma lembrança de como tudo se resolveu - quando achava-se que nunca se resolveria.
A verdade é que sofrer por amor é bom para amadurecimento pessoal, para ressaltar a realidade a para trazer motivação. Não é nada bom ficar sofrendo pra sempre, confesso. Mas pelo sofrimento surgem os melhores textos e as melhores reflexões. Até surgem mais conversas... Claro, pergunta-se como vai o relacionamento e a resposta tem duas palavras que são efêmeras, junto com o assunto.
Juro que não quero sofrer por amor agora.
Meus textos estão sem graça e as palavras se tornaram repetitivas e entediantes. Escrever amando é sem graça. Ficar sem escrever por estar amando é interessante demais.
Os grandes poetas também escreveram sobre o amor. Mas o que seria deles sem as dores de um grande amor?

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